Friday, November 30, 2007

Post nº 13

Neste natal, não sorriu com a prenda da mãe, não sorriu com a prenda do pai. Não sorriu com a prenda do cunhado, não sorriu com a prenda da prima, nem sorriu, até, com a prenda da tia e da prima Joana. Não sorriu com as prendas das irmãs, que até eram precisamente o que queria.
O forte da Marta Pessoa é nunca sorrir e o meu é fazer conversas parvas.

oblogjust!

Justem sempre!


Agradecimentos à Worten pela inspiração.

Sunday, November 25, 2007

Post nº 12

Rubrica Nientista – Post 0

Venho hoje aqui anunciar a minha rubrica, a “Rubrica Nientista” da palavra “Niente” ora para os que ainda não perceberam, esta rubrica irá falar de nada e será actualizada em fins-de-semana como este em que não me lembro de nada para escrevinhar.

Saturday, November 17, 2007

Post nº11

E tu …?

Existe um sítio, ninguém sabe onde fica nem o porquê de lá ir parar.
Um sítio medonho, hediondo, sórdido e enfadonho. Uma sala fria, húmida e sombria onde o escuro nos amedronta e o silêncio nos afronta. O tecto sujo, as paredes negras, da humidade e do caruncho, ondulam e estremecem, contorcem-se e até parecem… estar vivas e a sofrer.
Mas ao fim de algum tempo, ao fim de algumas horas damos conta de algo mais, a sala não está vazia, tem lá água e esta é fria. Não é água, não é bebida, é muita lágrima ali vertida por muitos e tantos outros ali retidos em seus confrontos, a chorarem como uns tontos sem saberem para onde olhar e esta maré horrenda não jaz nem está parada, está em constante movimento, pelas paredes é abanada.
De repente uma luz surge, somos nós ali presentes, o nosso reflexo, naquela maré contido, a olhar-nos desiludido. Um olhar de nojo e desprezo, por para ali o termos arrastado, um olhar de pena e compromisso, são os dois prisioneiros e nenhum escapa disso. Mas o nojo que ele sente, é tão grande e tão crescente que até ele nos abandona, vai embora e não retorna mas sozinhos não ficamos, pois mais reflexos nos surgem, são de outros que ali estiveram. Olham-nos com o mesmo desprezo, uns em pânico outros em desespero, pois por nós ali são retidos, nós damos vida á sala e eles lá ficam contidos, com seus choros e lamentações, rogam-nos pragas e maldições e flutuam naquela maré, destroçados e já sem fé, gritam de desespero e loucura, gritam de dor e amargura e aos ouvidos não dão descanso.
É ao fim de alguns meses que ao ruído nos acostumamos mas nessa altura de “descanso” cai do tecto uma gota que na água espalha alguns círculos como a pedrada no charco faz, apaga dali os reflexos e um pouco de sossego nos traz, mas não é o fim daquilo, não finda ali a tortura, este sossego aparente engana, este é sol de pouca dura. Pois tudo o que a gota fez foi manter-nos acordados, estar atentos e alertados, para tudo recomeçar.
É ao fim de alguns anos que estamos prontos para zarpar, para aquele local deixar, deixar outro ali chorar, para a sala alimentar, ela tem que continuar.
Já esquecemos essa sala, já lá vai e já não volta.
Já esquecemos essa sala? Já lá vai! E já não volta?

E tu, já lá estiveste?

Friday, November 16, 2007

Post nº 10

Para as pessoas como eu, que estudam fora da sua terra natal, a vida é muito dura e complicada.
A primeira dificuldade está logo na linguagem. Para uma pessoa na minha situação, estudar em Lisboa sendo natural de Arraiolos, as diferenças no dialecto são abismais. “O pão”, na minha terra, é “a panzuêra”; a “bebida”, na minha terra, é a “buida” e quem anda bêbedo é porque já “bueu” muito; o “leite” é o “lête” e o “café” é o “caféi”, o “petróleo” é “pitroil” e o “açúcar” é o “açucre”, uma “ovelha” é uma “nhenha” e uma “vaca” é uma “gaja canda com todos e más algum”, “gaja boa” é “a tu prima”, um “cacete” é o CENSURADO (pois, bem me parecia que esta palavra aqui não devia dar, vou tentar de outra forma), um “cacete” é aquilo que a tua prima gosta de CENSURADO (pois, esta pelos vistos não vai dar para explicar, enfim vou terminar então com um último exemplo), “mátráquilho” é “mátreco”.

Saturday, November 10, 2007

Post nº 9

Na semana passada falei d’O Velho dos Blogs, da minha procura de inspiração e do trágico final dessa mítica figura.
Mas devo dizer-vos que não foi bem aquele o final dessa mesma figura. Por isso mesmo trago-vos esta semana

A Verdadeira História Acerca do Grande Final que Até Nem Foi Assim Tão Grande Como Isso d’O Velho dos Blogs

É este o título escolhido para o post desta semana. Ora muito bem na semana passada o que vos relatei foi algo deste género:

“Velho – Pois bem, o meu segredo agora to vou revelar (ataque de tosse) (este foi mais longo) (porra se não paras de tossir ainda morres aqui queres ver)A tosse cessou, ficou o silêncio, o velho deu um suspiro profundo… e morreu mesmo.”

Mas esta foi a versão por mim contada ás autoridades. Na verdade o que aconteceu foi o seguinte:

Ali estava eu em frente ao velho sábio e farto que já estava de ali estar, decidi adoptar uma postura mais convincente para ver se ele se decidia a falar, e assim…

Velho – Pois bem, o meu segredo agora to vou revelar (ataque de tosse) (este foi mais longo) (porra se não paras de tossir ainda morres aqui queres ver)A tosse cessou, ficou o silêncio, o velho deu um suspiro profundo… e olhando-me com aqueles seus olhos (é ca estúpido cometo sempre este erro) digo com o seu único olho, falou-me num sussurro, num grito abafado e ofegante.

Velho a sussurrar – tira-me as mãos do pescoço que eu estou a sufocar.

Pois é pelos vistos a minha paciência esgotara-se e decidi que com um aperto ele falaria mais depressa, mas o aperto foi de mais mas antes de morrer sufocado, ainda o velho me disse:

Velho a morrer – sacana do gaiato, e já agora se alguém te falar de uma tal de velha dos blogs que vive numa ilha é mentira isso não existe nem nunca existiu, são coisas de gente caduca, o que existe é o Rubinhos que vive nas Ilhas, isso sim é uma figura mítica real, isso sim.

E morreu.

Portanto, no fundo foi mais ou menos isto que aconteceu.

Sunday, November 4, 2007

Post nº 8

Esta semana andava à rasca, não sabia o que haveria de postar, não tinha imaginação e as poucas coisas que me ocorriam ou eram ofensivas ou então podiam ofender algumas pessoas.
Resolvi então partir, partir em busca da sabedoria contida numa das mais emblemáticas figuras desta área, “o velho dos blogs”. Enviei-lhe uma carta a preveni-lo de que o iria visitar e fiz-me à estrada.
O caminho é duro, é complicado e é lixado, mas é que é mesmo lixado, está polidinho o gajo. Após muitas e ainda mais algumas intempéries lá acabei por chegar a esse que, para alguns é um autêntico templo do saber e para outros um altêntico templo do saber. Lá dentro estava ele, sentado olhando para mim.
Quando me aproximei preparei-me para lhe falar mas ele estendendo a sua mão trémula (ainda por cima sofre de Parkinson o sacana do velho) interrompeu-me e falou-me:

Velho – Tenho estado à tua espera.
Eu – Mas como sabias que eu viria?
Velho – Oh estúpido então não disseste lá em cima que me tinhas (ataque de tosse) que me tinhas enviado uma carta?!
Eu – Bem visto (este gajo é realmente sábio porra, valeu a pena a viagem).

O velho fitou-me então, tinha o olhar vítreo…

Velho – Oh estúpido esse olho é de vidro olha para o outro.
Eu – Ah ok

… e de seguida falou-me:

Velho – Queres então saber o que escrever no teu blog não é? Queres então que eu te (ataque de tosse) que eu te passe o meu saber não é?
Eu – Assim é.
Velho – Pois bem, o meu segredo agora to vou revelar (ataque de tosse) (este foi mais longo) (porra se não paras de tossir ainda morres aqui queres ver)

A tosse cessou, ficou o silêncio, o velho deu um suspiro profundo… e morreu mesmo.

Esta é a história de como o velho dos blogs morreu, pelo menos a que contei à polícia quando fui interrogado.
Não percam para a semana “a Verdadeira História Acerca do Grande Final que Até Nem Foi Assim Tão Grande Como Isso d’O Velho dos Blogs” o titulo é grande eu sei mas pronto é isso.